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Barraca

– Então continua escondido… até quando ficará fingindo estar bem? Que cheiro horrível! Sua cabana começou a feder. Há Há! Vamos, Orelha Pontuda e você precisam de um banho. Esqueça aquela situação constrangedora, foi apenas um mal-entendido. Já expliquei a situação para meus pais, é que o confundiram com meu antigo namorado. Tudo está resolvido, eles até riram quando dedurei seu receio de vê-los novamente. Hey! Olha só quem veio lhe visitar. Trouxe minha irmãzinha, tímida como sempre, mas consegui convence-la em vir. Só que agora preciso pagar a promessa. Disse que poderia montar em cima da sua mascote. Vai ter que me ajudar nesta dívida. Afinal está me devendo uma, lembra? Que tal quitá-la agora? Aí você respira um ar fresco enquanto andamos em direção ao riacho com ela montada na Orelha Pontuda. Todos ganharemos neste passeio. – Ele começou esboçar uma fraca risada.

– Quatro dias aqui dentro dando desculpas de que está fazendo algo importante. Ah, tu não me enganas mocinho, conheço este sorriso disfarçado de uma falsa coragem. Cadê aquele ânimo antigo? O espírito aventureiro? Quero o intenso brilho que me encantei, se não vou começar a pensar que é igual aos outros garotos, atuando como herói, mas no fundo com medo da própria sombra. Fiquei sabendo que terá um festival na aldeia na próxima semana. A competição de dança voltará aos moldes antigos. Precisamos treinar! Esqueceu ser também meu parceiro nisso? Somente duplas participam! He! He! Premiação para o primeiro casal colocado será ótimo, apesar deu não ter certeza… boatos dizem ser um casaco de pele lindíssimo para a mulher e uma espada fabricada pelo melhor ferreiro da região para o homem. – Ao ouvir a palavra espada o garoto se levantou como se tivesse que defender a vila de ataques inimigos e finalmente decidiu se pronunciar:

– Calma! Confesso que exagerei um pouco na ausência. Sei que pensas que estou estes dias aqui apenas por causa daquela ameaça bizarra do sogro. Foi apenas coincidência… – ela com olhar desconfiado – a verdade é que aproveitei para fazer algo. Era para ser surpresa, mas como começou a suspeitar terei de mostrar. Lembra daquele urso onde tempos atrás nos atacou e estraçalhou seu casaco favorito deixado para trás ao fugirmos? Então… digamos que eu e a Orelha Pontuda nos vingamos. Ainda falta o acabamento final, mas mate a curiosidade e abra aquele baú. Seu novo casaco com própria a pele dele está quase pronto. – Os olhos dela brilharam feito puro diamante. – Evidente que não será do mesmo nível da premiação do evento, mas… o rigoroso frio está por vir, ajudará se aquecer. E esta garotinha escondida atrás? Então você quer montar na Orelha Pontuda? – Tentando puxar conversa com a menina.

Difícil saber quem se mantinha mais calada depois da surpresa, portanto resolveu quebrar o gelo da pequena cunhada estendendo sua mão no intuito de leva-la para acariciar a mascote. Durante o percurso prosseguiu com a conversa:

– Hoje à noite começaremos o treinamento. Preciso urgentemente desta espada do prêmio. A minha quebrou durante a caça do urso. Ah! Já ia me esquecendo… que história é esta de antigo namorado?

Autor: Wesley Mina

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