Bastava levantar os braços para que lindos cristais de gelo surgissem. Chamada de a feiticeira do sul isolada numa torre azul. Tentar se aproximar do território representava uma sentença de morte, pois nenhum humano sobrevivia a intensidade das resistentes nevascas. Boatos passaram se espalhar aos povos do sudoeste, reinos mais próximos, onde tais plantações já sofriam consequências de invernos mais longos, culpando a feiticeira pela desgraça durante as colheitas. Outros especulavam ser vingança pelo período sombrio de caça às bruxas, onde todas suas irmãs foram dizimadas, sendo ela a única que sobrou. Os aventureiros com espíritos heroicos já acreditavam terem de quebrar a maldição, cortar o mal pela raiz de alguma forma. Entretanto todos que arriscavam desafiar o percurso jamais voltavam. Dezenas de conspirações estavam apenas próximas da realidade, pois a verdade se manteria em segredo até alguém ser capaz de vencer todos os obstáculos até você. Não era criadora do rigoroso frio, somente controlava sua expansão. Deusa condenada pelo próprio Odin em ter que viver pela permanência de um povo. Ele não aceitava a crença estar sendo enfraquecida, pois para si, meros mortais deveriam idolatrá-lo até o fim. A compaixão de sua amante para com humanos aumentou tal fúria, então como forma de punição a mandou para terra junto com uma maldição: Caso deixasse a torre ou parasse de manipular o gelo, o frio se descontrolaria em direção a todas as regiões. Já que ela se importava com eles, a sobrevivência dos mesmos seria o eterno fardo da própria solidão.
Autor: Wesley Mina