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– Especiais? E quais seriam as características para isso? É um título muito significativo para dar a qualquer um. Muitos aqui na sala de aula contaram suas histórias sobre pessoas que foram reconhecidas como tal. Alguns com feitos grandiosos, outros nem tanto… Eu também tenho uma para compartilhar: Trata-se da história de meu avô e seu cão. Meus pais sempre me contaram ela. Infelizmente não o conheci, mas tenho a certeza de que se ele estivesse aqui no meu lugar neste exato momento, existiria um único alguém para ele chamar de especial.
“Parker o conheceu de forma improvável. Estava voltando do trabalho em sua velha rotina diária de locomover-se pelo trem. Em um dia, deparou-se com um filhote de cachorro na estação. Estava todo encolhidinho aparentando estar com frio. Provavelmente o dono o deixou cair durante a viagem, significando que estava abandonado. Ao chegar mais perto, imediatamente ficou cativado. Tentou convencer o controlador da estação em ficar com o cão, mas a recusa o fez ter que levar para sua própria casa. Ao chegar sua mulher insistiu em não querer ficar com o filhote.
No dia seguinte, levou ele novamente para estação. Ninguém havia aparecido em busca do cão. Não tinha solução, escondeu o filhotinho dentro de sua blusa e partiu rumo à universidade, onde trabalhava como professor de musica. Seu colega de trabalho Ken, informou que o símbolo na coleira significava Hachi, um numero japonês que representava sorte. Parker não pensa duas vezes e decide que o nome do cãozinho será isso. Sua esposa acaba concordando e permite que Hachi faça parte da família, pois percebeu que seu marido se apegou demais a ele.
O tempo passa e o laço entre Parker e o cão cresce cada vez mais. Tornou-se seu melhor amigo de quase todos os momentos. Assistiam filmes juntos comendo pipoca, rolando até um ciúmes da esposa. Uma relação de praticamente pai e filho. Apesar de ser um cachorro, o curioso era que ele não brincava de coisas comuns para outros cães, como o simples ato de pegar uma bolinha. Ken, colega de Parker, informa que aquela raça não costumava fazer este tipo de coisa, tendo um comportamento um pouco diferente, e que se um dia pegasse a bolinha seria por algum motivo especial.
A rotina de Parker continuava a mesma, porém algo diferente passou a acontecer todos os dias ao ir para o trabalho. Hachi passou a segui-lo todas as manhãs até a estação de trem. Despedia-se de seu companheiro que retornava embora sozinho para casa. No fim da tarde, quando Parker voltava do trabalho, descendo do trem se deparava com Hachi novamente lhe esperando para que os dois voltassem juntos para o lar. Este ato passou a ser todos os dias, onde seu amigo fazia voluntariamente sem nunca falhar.
Em um dia algo incrível e ao mesmo estranho acontece. Quando Parker estava prestes a sair, Hachi começa a latir. Convida seu parceiro para irem, mas ele se recusa a segui-lo. Ao chegar perto do portão, Parker fica surpreendido quando vê Hachi trazendo a bolinha na boca em seu encontro. Foi a primeira vez que isso ocorre. Ele pega ela de sua boca, mas ele ainda se recusa em acompanhá-lo até a estação. Vendo que estava atrasado, decide ir sem o cão.
No fim daquele dia, Hachi como de costume, vai até a estação aguardar seu dono desembarcar-se. Minutos passam e nenhum sinal dele aparecer. Começa escurecer representando que minutos já se transformaram em horas, e mesmo assim, Hachi ainda se mantinha a espera do dono. Infelizmente a realidade era que Parker naquela tarde havia sofrido um ataque cardíaco fatal no trabalho. Estava morto… ”
– Às vezes procuro entender o que significa lealdade. Se considerarmos que alguns seres humanos só são fieis as pessoas de sua vida até o momento das dificuldades aparecerem, então qual o nome dado a fidelidade de um cão ao seu dono? Estar sempre ao seu lado independente da situação, é algo que nem o amor é capaz de fazer, já que com o tempo, o esquecimento leva embora os momentos marcantes de alguém… Durante os nove anos seguintes, Hachi, o cão de meu avô, continuou voltando todas as tardes sentando-se no mesmo local que esperava seu dono, na esperança de que um dia ele retornaria. Só parou de fazer isso, quando seu coração também parou de bater…
Autor: Wesley Mina