Com o fim do conflito só existem vencedores ou sobreviventes. No primeiro a felicidade será dividida com alguém, já no segundo tudo é simplificado por algo acreditando ser importante conquistar. Humanos não se apaixonam pelo mero acaso, mas porque enxergam no outro o reflexo do próprio fracasso. Se encontram sozinhos em barcos diferentes, porém remando contra a mesma maré. Estão cansados de perderem e serem derrubados por tantas ondas, e quando estão prestes a desistir, veem no horizonte outro nesta circunstância. No primeiro olhar acreditam ser somente a esperança para salvar-te da tempestade, porém ao se aproximarem sentem a necessidade de se ajudarem. Passam estar mais fortes unidos, confrontando o percurso do novo destino.
Após períodos de turbulência decidem navegar em direção à praia, podendo ser a primeira que aparecer, pois só querem uma chance de sobreviverem. Chegando não presenciam o paraíso, mas estão contentes por estarem longe do antigo risco. Mais habitantes aleatórios estão distribuídos e morando no território desconhecido. Dois sobreviventes se mantem acuados, assustados pela imensidão do atual cenário. Já tendo um ao outro como a única confiança de companhia, resolvem permanecerem juntos e constituírem a própria família. Os anos passam com o segredo da insatisfação aumentando entre eles. Não compreendem o porquê dos demais casais estarem com sorrisos diferentes. O motivo é que antes de encararem seu próprio conflito, outros já conseguiram chegar na praia sozinhos. Vencendo aprenderam o valor do amar ao invés da fragilidade de se apaixonar…
Autor: Wesley Mina